Salete foi demitida depois dessa denúncia

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Lucrar, lucrar... lucrar...


Qual é a "origem" do dinheiro no Bradesco?


22/02/2006 - 09h17
Bradesco tem lucro de R$ 5,5 bi, o maior da história entre bancos da América Latina




(Folha Online)






O Bradesco fechou 2005 com lucro líquido recorde de R$ 5,514 bilhões, resultado 80,2% superior ao do ano anterior (R$ 3,06 bilhões).De acordo com levantamento da consultoria Economática, o lucro do Bradesco é o maior da história entre os bancos de capital aberto de toda a América Latina --os dados já foram ajustados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE).O segundo maior resultado é do Itaú, que teve lucro recorde de R$ 5,251 bilhões no ano passado, um crescimento de 39% em relação a 2004."O ano de 2005 foi o maior lucro da nossa história de 62 anos. Eu destacaria o forte crescimento da nossa carteira de crédito, a consolidação da segmentação da nossa base de clientes, o melhor desempenho do grupo Bradesco Seguros e o forte controle de custos", disse o presidente da instituição, Mácio Cypriano.
O balanço do Bradesco mostra ainda que o banco alcançou um retorno sobre o patrimônio líquido de 32,1% no ano de 2005.O banco lucrou principalmente com sua carteira de crédito, cujos ganhos representaram 32% do resultado. Outra parcela de 29% dos lucros veio das atividades de seguro, previdência e capitalização, além de 26% com as receitas de prestação de serviços e tarifas.Apenas no quarto trimestre, o lucro da instituição alcançou R$ 1,463 bilhão, contra R$ 1,430 bilhão no trimestre anterior e R$ 1,058 bilhão no mesmo período de 2004.Os ativos totais do Bradesco alcançaram R$ 208,7 bilhões, com um crescimento de 12,8% no ano passado. Já o valor de mercado da instituição atingiu R$ 64,7 bilhões no final do ano passado, com alta de 126,6% em 12 meses.O banco encerrou 2005 com o índice de eficiência em 44,8%, 10,7 pontos percentuais menor do que ao final de 2004. Quanto menor o índice de eficiência, melhor.O indicador mostra quanto das despesas operacionais do banco são pagas com a receita de intermediação financeira e de serviços. Conforme o índice vai diminuindo, mostra que a capacidade do banco de pagar suas despesas com as receitas de operações financeiras e tarifas é maior.Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Unibanco registraram lucros recordes no ano passado. O resultado dos bancos brasileiros foi favorecido pelas altas taxas de juros. A Selic, taxa que remunera cerca de 50% dos títulos públicos, ficou, em média, acima de 19% no ano passado, o que gera receitas para os bancos.
Além disso, o juro médio bancário brasileiro, de 44,7% ao ano, é o maior do mundo, segundo levantamento feito pela Folha de S.Paulo a partir de dados do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Matéria do Jornalista Clóvis Rossi -FSP - 08/08/2007

São Paulo, quarta-feira, 08 de agosto de 2007


CLÓVIS ROSSI - O que realmente cansa

SÃO PAULO - O que realmente deveria cansar os brasileiros são as cenas de miséria explícita, quase sempre desenroladas longe das vistas do grande público nos grotões de pátria, mas que, às vezes, invadem outras áreas. A mais recente delas: a, digamos, "exumação" de 76,1 toneladas de carne, enterradas em uma área militar do Rio de Janeiro porque, supostamente, estavam "sem condições de uso". Repito: no Rio de Janeiro, Estado que disputa com Minas Gerais a condição de segundo mais rico do país, depois de São Paulo. Mas ocorreria também em São Paulo se o "enterro" tivesse sido aqui. Comparar a "exumação" da carne no Rio com cenas parecidas no Nordeste é pouco. A passividade tapuia já absorveu o fato de que o Nordeste é uma área pobre, ainda por cima castigada por condições climáticas que, em algumas zonas, são inclementes. Logo, comer calango, por exemplo, seria o "destino" do nordestino dessas regiões, de acordo com o conformismo tão brasileiro. "Deus qué". O certo seria comparar com certas regiões da África, o continente esquecido na era da globalização. O Brasil ou, ao menos a sua fatia mais pobre, a sua colossal fatia pobre, também foi esquecido. Políticos que se cansaram de criticar o regime militar por esse, digamos, esquecimento resolveram descansar das denúncias após chegar ao governo. Reproduzem eternamente o modelito que mantém 77,2% dos brasileiros com renda de até cinco salários mínimos (R$ 1.900). Renda familiar, não individual. Modelito que mantém 89% dos brasileiros longe do ensino superior, a metade deles apenas com ensino fundamental. Modelito em que o Bradesco não cansa de quebrar recorde de lucro, ano após ano, apenas para ser atropelado pelo recorde de lucro do Itaú no dia seguinte.

crossi@uol.com.br